O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), foi eleito presidente da Frente Mineira de Prefeitos (FMP) em uma reunião online que ocorreu na tarde desta quinta-feira (12).

 

A reativação da FMP e a eleição de Kalil é o esforço mais visível feito por ele até agora para tentar aumentar sua influência e popularidade em todo Estado já visando as eleições para governador em 2022. 

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Parte dos prefeitos que integram a frente afirmam que não conseguiram participar da eleição e que ela teria sido ilegal. Já a chapa vencedora defende que o pleito cumpriu todas as exigências do estatuto da entidade.

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O TEMPO adiantou na semana passada que o grupo político de Kalil estudava reativar a associação de prefeitos. Além de Kalil, a chapa eleita tem o prefeito de Teófilo Otoni, Daniel Sucupira (PT), como vice-presidente, a prefeita de Pedro Leopoldo, Eloisa de Tadeu (MDB), como tesoureira; a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), como secretária; e o prefeito de Sabará, Wander Borges (PSB), como segundo tesoureiro.

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O prefeito de Belo Horizonte atualmente perde para Zema em todas as outras regiões de Minas quando o assunto é a eleição para o governo do Estado no ano que vem. No Noroeste de Minas, por exemplo, Kalil sequer pontuou. A pesquisa DataTempo/CP2 foi realizada entre os dias 17 e 20 de julho.

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Dessa forma, a eleição de Kalil é o primeiro passo na tentativa de torná-lo conhecido em Minas Gerais, já que normalmente a repercussão da administração de Belo Horizonte fica restrita à região Metropolitana. 

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Enquanto isso, o principal adversário dele, o governador Romeu Zema, tem viajado há meses pelo Estado acompanhando a distribuição de vacinas e anunciando obras que serão feitas com recursos do acordo com a Vale.

A Frente Mineira de Prefeitos tem cerca de 80 municípios com mais de 35 mil habitantes filiados. A associação estava inativa desde o início de 2019. O último presidente foi o ex-prefeito de Contagem, Alex de Freitas.

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Segundo sua página no Facebook, a FMP promove encontros entre os gestores municipais para que eles possam trocar experiências “sobre problemas e soluções administrativas”. Mesmo que não façam parte formalmente da FMP, prefeituras de municípios menores também são incentivadas a participar das reuniões.

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Internamente, a eleição de Kalil para a frente é vista como uma ferramenta para se aproximar dos prefeitos nas diversas regiões do Estado. Os gestores municipais podem ser um importante braço da campanha, já que em geral estão bem avaliados e poderiam atuar como cabos eleitorais. Segundo a DataTempo/CP2, 56,3% dos entrevistados acham que as administrações dos municípios mineiros fazem um trabalho bom ou muito bom.

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Outro aposta é a capilaridade e o tamanho dos grupos políticos do secretário de Governo de Kalil, Adalclever Lopes (MDB), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM). As duas legendas foram as que mais elegeram prefeitos em Minas Gerais nas últimas eleições: 98 e 84, respectivamente.

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No entanto, ainda não está claro como se dará a atuação de Pacheco nas eleições. Nos bastidores, comenta-se que ele fechou um acordo com o PSD de Kalil para conseguir apoio da legenda para ser presidente do Senado. Em troca, ele teria se comprometido a apoiar a candidatura do prefeito de Belo Horizonte ao governo de Minas.

 

Porém, uma candidatura do próprio Pacheco ao Palácio Tiradentes não está descartada. Ele também é cotado para disputar a Presidência da República.

 

 Prefeito de Coronel Fabriciano diz que vai à Justiça contra eleição de Kalil

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O prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Vinícius Bizarro (PSDB), disse que vai acionar a Justiça contra a eleição de Kalil para a presidência da Frente Mineira de Prefeitos que ocorreu nesta quinta-feira (12). “Se ele se autodeclarar presidente, nós vamos questionar na Justiça”, afirmou.

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Segundo o prefeito, o pleito foi ilegal porque nem todos os integrantes da FMP foram convocados para a reunião que elegeu Kalil. “Eu sou da atual diretoria que está em vigor da FMP, onde o atual presidente é o ex-prefeito de Contagem, Alex de Freitas.

 

Para uma nova eleição teria que ter um edital de convocação público com 30 dias de antecedência, o que não houve. Eu não fui informado da reunião nem como parte da diretoria e nem na condição de atual prefeito de Fabriciano”, afirmou Bizarro.

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O mandato de Freitas já expirou, mas nenhuma nova eleição havia sido convocada. O site da FMP está fora do ar desde maio de 2019, quando um mensagem dizia que a entidade estava se renovando. O último post no Facebook é de outubro de 2018.

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Ele afirma que conseguiu o link da reunião que estava sendo realizada online com um prefeito que foi convidado. O prefeito enviou um vídeo a O TEMPO em que tenta entrar em uma sala de reunião do Google Meets. 

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“Eu filmei tentando entrar na reunião, não foi permitido. O Kalil está tomando posse ilegalmente de uma associação, que é respeitada. A Frente Mineira de Prefeitos tem uma história e simplesmente o prefeito de Belo Horizonte está desmerecendo essa história. É como se tivesse começando uma associação nova”, afirmou Marcos Vinícius Bizarro.

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O prefeito de Caeté, Lucas Coelho (Avante), também relata que recebeu mais de um link para participar da reunião, mas não conseguiu acesso. “Faltou transparência na convocação, na comunicação e na hora de entrar na reunião, que eu não consegui acessar”, disse. Essa seria a primeira vez que ele participaria da Frente Mineira de Prefeitos.

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Sucupira defende legalidade do pleito

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O vice-presidente da Frente Mineira de Prefeitos (FMP), Daniel Sucupira (PT), defendeu a legalidade da eleição realizada nesta quinta-feira (12). Ele foi o indicado pela chapa eleita para se pronunciar sobre o tema.

O prefeito de Teófilo Otoni enviou para a reportagem uma nota em que o assessor jurídico da FMP, Flávio Márcio Ranieri de Albuquerque, atesta a legalidade do pleito e sustenta que os postos da diretoria executiva estavam vagos.

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“Tendo em vista a vacância da diretoria executiva, foi publicado o edital de convocação assinado por parte dos Associados objetivando a eleição da nova diretoria. A Assembleia Geral é a instância máxima, deliberativa e soberana da Frente de Prefeitos Mineiros. A eleição realizada nesta data cumpriu rigorosamente as obrigações estatutárias da entidade”, diz o documento.

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Sucupira destacou que os prefeitos das maiores cidades de Minas Gerais ficaram “sem representação e sem representatividade” na defesa de suas pautas prioritárias desde que a FMP foi desativada no início de 2019.

Ele mencionou que as prefeituras enfrentam dificuldades financeiras durante a pandemia e lembrou da necessidade de cobrar do governo de Minas os repasses atrasados na área da saúde. 

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“A partir disso houve essa mobilização dos prefeitos das maiores cidades com o objetivo de retomar a Frente Mineira de Prefeitos. E nessa retomada a assembleia participante elegeu por unanimidade a nossa nova chapa que é encabeçada pelo prefeito Kalil”, explicou.

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O próprio Sucupira chegou a encabeçar um outro movimento com as 100 maiores cidades de Minas Gerais para pressionar o governo Zema a quitar a dívida na área da saúde, mas não conseguiu estabelecer um diálogo com o Palácio Tiradentes. O governo estadual discute o pagamento do débito com a Associação Mineira de Municípios (AMM).

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Questionado se a eleição de Kalil era uma tentativa dele de se tornar mais conhecido no restante do Estado, Sucupira desconversou. “Desde o movimento dos 100 maiores municípios mineiros, eu percebi uma disposição do Kalil de ajudar as pautas das prefeituras. O gestor de Belo Horizonte tem condições de influenciar em muitas pautas que dizem respeito aos municípios”, afirmou.